domingo, 26 de agosto de 2007

Vem... E fere.
A audição de minha alma, palavras
Metricamente usadas para provocar meu sonho cor-de-rosa...
Dito assim: lúdico...
Pedagogicamente perfeito para alimentar
argumentos insistentes;
para um amor que não quer voltar.
Não volte então...não quero que volte...
mas venha...
Vens...
E retiras o restante de ar que suporta meus pulmões.
Morro...
esvazio-me e vou-me embora de ti;
pra sempre.
Mas ludicamente
quer fazer-se um di-tador e permanece inerte;
parece provocar a lua,
ofuscando o brilho da tua própria luz...
Penetrada nesse meu coração aprendiz.
Parece não querer que eu vá...
já que ir é tudo que quero...
mas não me deixa...partir
não percebe que se vens eu vou embora...
Vens...
E diz: tudo que preciso ouvir;
para que entre os acordes perfeitos
de tua voz em meu interior ferido,
pela lança aguda
do teu profundo amor
com desamor caia em meu coração,
aquele que se instalou...
Dentro...e fora de meu peito.
No teu peito
repouso para meus cabelos
enroscar-se ao teu desejo de nunca mais me amar...
e fazer ao menos um adeus real,
ao estado em que me encontro agora...
tradução de crueldade e delicadeza,
assustadoramente tornou-se a minh*alma...
o maior desejo do melhor amigo.
Delicadeza e crueldade...
misturam-se e nem se deu conta,
de que és a pessoa mais importante a si mesmo.
Vem...Vens...Vem...

INSÔNIA...


Duas e onze da manhã
uma alma
dois pés gelados
uma garrafa seca de vinho tinto suave e adocicado
dois copos de vodca, esvaziados
dez dedos que teclam
um teclado quase que espancado
uma conexão lenta
duas e quinze e um realese
uns dois palavrões amenos
uma nova escrita nascendo
duas e dezesseis...dezessete...
uma mente inerte...
uma insônia...
Duas e dezessete e alguns milésimos de segundos
Duas e dezoito
Ah rimas que não voltam
Ah sem ter o que fazer,
Muito prazer, ao lazer
Algumas palavras mágicas
Pra esquecer
E não esqueço
Teu queixo...
Duas e dezenove,
Dois olhos que ardem e se movem
Paralisados entre a tela e a lua escura
Duas e vinte...e quase vinte e um
Manhã rompendo...sono chegando
Ufa...duas e alguma coisa...
Caldierão...Fumaça...

Lembrança se tranquei o carro
Se fechei as portas...
Se...se...se...
Duas e vinte três...
Um apito do guarda, anuncia
Duas e vinte quatro,
Fechando janelas do quarto,espera...
Duas e vinte cinco...
Dois cílios se tocando,
Cigarro apagando,
Salvando essa baboseira toda...

De sorte um dia vira arte
Quinhentos anos após a nossa morte
De sorte...por sorte...com sorte
Duas e vinte seis...e sete...
Sete é um número de sorte...
Boa noite...boa morte...boa arte...
E boas à parte...
Cama aquecida...melhor que a arte vencida
Duas e trinta... rimas pobres e ricas...
Seu Windows está pronto para ser desligado...
Só não desliguem essas rimas...



By Du Domeneghetti (de onde será que saem tantas palavras bobas não ocas)

Inusitadas interrogações...

Qual era a nossa canção?
Um tom?
Alguma nota em Sibemol?
Outras em Lá menor?
(O que eu vou cantar até você voltar?)
Se você não vai voltar
Tem caso para uma não solução?
Tem hipóteses, se nem Sócrates imaginou?
Tem cura, se nem Freud diagnosticou?
Tem sim alguma suposição, sugestionada
por Bilac, Pessoa, ou Drummond?
Eisten questionou,
Tzara até tentou...
E o eu poético, bestamente
poetizou...
E no entanto:
(O que eu canto, até você voltar?)
Se você não voltou?



By Du Domeneghetti

Vagas ou vaga

Ouço...
Músicas
antes nunca ouvidas...
espaços neutros de melhoras
esquizofrenia aguda
crônicas de uma vida
incoerentemente
tua
serva...sirvo o vento
espaços intercalados
calados
entre a sonoridade
do teu canto
encanta o meu
canto
sons de notas caindo
rolando
até o principio
de um peito aberto
para o amor
que não me destes...
por inteiro
sou eternamente tua
do amor
teu colo
do choro
meu
vagas
entre a sonoridade
do teu gosto
e dos suspiros meus...
eterna-idades

várias idas-voltas
vagas-vaga...duas almas
uma vida

By Du Domeneghetti

chão...sem chão...


Fugindo para meu céu
Tuas mãos está...pés em compasso
Nossa melodia bailando... sem passo
Passos falsos? Há um laço... em vão
E dos teus braços...fiz meu chão

Fugindo para nosso céu
teu olhar claro está
verde folha...azul no mar
dentro do teu silêncio
minhas palavras hão de estar

Fugindo para o seu... céu
te tua boca...meu único brilho está
star de tua boca...sem cansar
embalada nesse sonho... de viver
em você tocar... alma faz brilhar

Brilha tanto...mas tanto,
que vem em nossos olhos ofuscar
sem antes de poder fechá-los...nesse clarão
dos teus braços... fiz meu chão


By Du Domeneghetti

Ouço


Ruas e calçadas dessa cidade
decoram meus passos
compassos de uma dança
só..minha
eu vou e vinha...
Só o vinho...
Aquece
o frio e a alma
paro...
Para absorver
toca a mesma
melodia
a qualquer menção de um ruído
só eu ouço... só...



By Du Domeneghetti

Leva meu coração


Vai e leva...
Junto de ti meu peito em ponta de lança...
Corre e escorre dele...
Sangue... Doce em flor
E colibris em cercas
Deixastes o melhor de ti
És meu...
A parte mediana
entre o pericárdio e endocárdio
Miocárdio todo...
Mesmo que envolto
em partições pequenas de ti,
grandioso é o que perdestes
porque fostes,
mas não conseguiu tira-lo de minhas mãos
elas estão seguras na melhor parte dele...
para ti só sobras...
quase que não sobra nada de seu
se olhares bem dentro de ti...
de seu não há mais nada
a não ser meu coração em
dimensões compactadas
de puro amor...
pensas conhecer o amor?
De plena e sã consciência
digo:
-És tolo...Qual sábio despreza o amor?
Esse dado em grandes partes de pura doação,
Incondicional...Primeiro e único...
Fica sem saber...
Não conseguirá caminhar rumo aos teus sonhos
Pois dentro de ti estão plantados os nossos...
Como nascentes de rios... saídos
que se encontram em qualquer parte
Vai e não me avise quando lá chegares...
Onde quer que chegue...
Estarei à margem deles.
Cuidando de ti


By Du Domeneghetti